domingo, 31 de maio de 2009

Meu Momento de Estética!

Como não tive meu momento de estética hoje, pois não fui a igreja pela manhã, terei agora com a Vanessa da Mata.

Quando um homem tem uma mangueira no quintal

Vanessa Da Mata

Quando um homem tem uma mangueira no quintal
Ele não é goiaba
Deixa ele lhe mostrar
Bom dia, boa tarde!
No seu pomar

Ele não é goiaba
Deixa ele lhe mostrar
Bom dia, boa tarde!
No seu pomar
"O que há de mal"

Poder brincar de amar
Sem pensar no amanhã
Sem nenhuma vergonha
Numa cara de pau
Aproveitar um samba
Numa tarde vazia
Ter um siricotico
Ter uma aventura

Quando um homem tem uma mangueira no quintal
Ele não é goiaba
Deixa ele lhe mostrar
Bom dia, boa tarde!
No seu pomar
"O que há de mal"

Poder sair do sério
Sair de um velho tédio
Chuchu não é laranja
É só não misturar

Beijo na sua boca
Atrás da bananeira
E nessa boa moita
Assanhada demais

Quando um homem tem uma mangueira no quintal

Corre pra ver,
Se é de olhar, se derreter
Se de repente pode ser
Se este instante lhe chamar
Viva, tenha
Corre pra ver
Se é gostoso, porque não
Se é bem bom pro coração
A gente vai pra ser feliz
Viva, tenha
Corre pra ver
Se é melhor se derreter
Se de repente pode ser
Se este instante lhe chamar
Viva, tenha
Corre pra ver
Se é gostoso, porque não
Se é bem bom pro coração
A gente vai pra ser feliz
Viva, tenha

Quando um homem tem uma mangueira no quintal


Será que é bom ter uma mangueira (árvore porque também pode ser uma mangueira d´água) no quintal?
Não faço a mínima ideia do que seja, ou qual seja, o significado das palavras e o jogo que elas formam na música, por isso digo que é um momento de estética. Ouço coloco meu pensamento lá, tomo posso dos significados, as filosofias que quero e pronto estou feliz!
Assim, muitos fazem com textos bíblicos, isso proporciona um belo momento de estética, pois me leva a ter um momento comigo mesmo. Mas se o objetivo dos textos biblicos é levar alguém a uma prática, está correto fazer eisegese?
A Todos Liberdade e Consciência!
Pierre Mattos

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Depois da Religião


Desde o primeiro momento em que esse livro foi deslumbrado pelos meus olhos fique a imaginar e ainda imagino a problemática que o livro,'Depois da Religião: O que será do homem depois que a religião deixar de ditar a lei?', trás.


Não resisti e comprei-o no mesmo dia, li assim que cheguei em casa (isso a um ano atrás).

Gostei, me apaixonei! Ler dois pensadores Luc Ferry e Marcel Gauchet debatendo a questão de Deus, Divino, Religião, Sociedade, confesso que muito proveitoso.

Tudo que li me leva a pensar em que a Religião é necessária?

A Religião não é mais necessária, pois como perguntou Marcel Gauchet a Luc Ferry na página 61 "Mas qual a relação entre divino e Deus?

A mente do homem do século XXI é mística e não dogmática, precisamos compreender que o relacionamento com qualquer tipo de transcendente é uma relação mística, no entanto não necessita de mediadores/mediação, da religião.

A Religião só é necessária quando cumpre um papel social de levar os humanos a se tornarem mais humanos, respeitando e compreendendo a diferença que há eles. E ajudando os mutuamente. Mas como a Religião não anda fazendo isso, sinto muito, mas terei que avisa-la que não é mais necessária a sua existência.

Quiçá os detentores dos poderes religiosos não compreendam isso e mudem, para a religião volte a ser necessária.

Respondendo a pergunta o livro trás digo: O mundo será melhor quando as LEIS não forem ditadas pela religião, porém o medo que tenho é jogarmos o bebê fora junto com a água, pois o mito é necessário no imaginário humano.

Que a sociedade formule as suas leis! Sou à favor de UM ESTADO LAICO!, DE FATO Mas que preservemos nossa mística e nossos mitos.

A Todos, Liberdade de Consciência!

Pierre Mattos

terça-feira, 26 de maio de 2009

As Liberdades do Espírito e a Questão do Absoluto


Quando estava lendo o texto da Viviana em La Vita in Diretta ou Como Falar do Mundo lembrava deste trecho de Edgar Morin.


Quando alguns deixam de estar submetidos as ordens, mitos e crenças impostos e tornam-se, enfim questionadores começa a liberdade de espírito.


A liberdade de espírito é alimentada e fortalecida:


- pelas curiosidades de espírito e pelas aberturas ao exterior (do que é dito, conhecido, ensinado, recebido);

- pela capacidade de aprender por si mesmo;
- pela aptidão de problematizar;
- pela prática de estratégias cognitivas;
- pela possibilidade de verificar e de eliminar um erro;
- pela invenção e pela criação;
- pela consciência reflexiva, ou seja, a capacidade do espírito [mente] de se auto-examinar e, para o individuo, de se autoconhecer, autopensar e autojugar;
- pela consciência moral


(Edgar Morin, O Método 5 – A Humanidade da Humanidade p. 282-3)

Viviana,
Quando você escreve o seus texto “Absolutos Questionáveis”e “Ponto de Vista”, você busca a liberdade que é expressada pela consciência reflexiva, ou seja, a capacidade do espírito [mente] de se auto-examinar e, do individuo, de se autoconhecer, autopensar e autojugar. Isso é o que a Igreja, Sistema, Política, Ideologia, Ortodoxia, Media não quer que aconteça, pois, assim, você é livre e não há como eles te manipularem, por isso eles são contra.


Viviana disse: “...todos os absolutos são questionáveis. Isto é algo muito perigoso de dizer, visto que a igreja se fundamenta em absolutos. ‘Isso é pecado por...’ e vem um monte de absolutos. ‘Você não pode fazer desse jeito, porque...’ e vêm mais absolutos.

[...]

Quando a verdade se apregoa como absoluta, se excluem todas as outras. Porém, há no mundo mais do que um ponto de vista, e há assim mesmo mais de uma verdade absoluta.
Eu só digo que decidi pensar diferente. Questionar as coisas faz com que a liberdade cresça verdadeiramente. É difícil, mas vale a pena. Ter a liberdade de opinar, de pensar o que vai mais de acordo com meus razoamentos, é muito melhor do que seguir as razões de outros.”


Concordo com você, Viviana, só acrescentaria que NÃO HÁ ABSOLUTOS UNIVERSAIS. Apenas absolutos pessoais! O que é absoluto para mim é para você?


Parabéns, Viviana, por seu texto foi um prazer lê-lo! Continue com a sua Consciência Livre!


Que Todos Tenham a Consciência Livre!


Pierre Mattos

domingo, 24 de maio de 2009

Nascimento: Um passo para a Morte, Uma Tragédia!


Há 22 anos atrás um bebê que estava no útero de sua mãe decidiu sair para a vida.
Mal sabia ele o quanto a vida era complexa, talvez se soubesse não teria nascido, mas também não teria ficado no útero de sua mãe, pois ali não era um lugar seguro para aquele bebê, como nunca o fora...

No inicio, quando o corpo de sua mãe começou a entrar em trabalho de parto este bebê, diferente de todos os outro, queria sair, nem precisou de muita insistência do corpo da mulher que o parira.

Então as 14h e 25 minutos de um domingo -assim como agora -, este domingo era 24 de Maio de 1987, não sei se chovia, se tinha sol ou se estava nublado, no Hospital das Clínicas de Teresópolis -HCT- nasceu. Era um menino, não sei como era seu físico, só posso afirmar que moreninho...

E, assim, deu o seu primeiro passo para a morte!

Essa é tragédia da vida: nascer para morrer. Ficar a beira do abismo e esperar o momento certo de cai/se jogar.
Viver é subir o mais alto monte e se jogar para a morte!

Há 22 anos atrás me joguei no abismo da vida e hoje estou caindo ainda, porém sabendo que a qualquer momento me chocarei com solo e com toda a velocidade, deste modo será o fim, a morte. E conhecerei a face da vida que está virada para as trevas.

A Todos, Liberdade de Consciência!

Pierre Mattos

quarta-feira, 20 de maio de 2009

A Bíblia Não Tem Inspiração Divina, Bart Ehrman, diz


Hoje repasso uma entrevista que saiu na Época no inicio do mês de maio que achei bem legal e creio que tem apontamentos importantes.



POLÊMICA


Ehrman afirma que apenas oito dos 27 livros no Novo Testamento foram escritos pelos autores aos quais são atribuídos


O americano Bart Ehrman cresceu em uma família religiosa e, quando adolescente, havia se tornado um evangélico fervoroso. O interesse pela Bíblia e por sua história o acompanhou a vida toda e hoje, após 35 anos de estudo, diz ter abandonado o Cristianismo por não acreditar que Deus poderia estar no “comando de um mundo cheio de dor e sofrimento”. Professor de estudos religiosos na Universidade da Carolina do Norte em Chapel Hill, Ehrman já escreveu 21 livros sobre religião, incluindo Verdade e Ficção em O Código Da Vinci, sobre o best-seller de Dan Brown, e O que Jesus Disse? O que Jesus Não Disse? – Quem mudou a Bíblia e por quê, que figurou entre os mais vendidos na lista do jornal The New York Times. Agora, em Jesus, Interrupted (ainda sem tradução), que será lançado no Brasil no segundo semestre, Ehrman tenta revelar as contradições da Bíblia, que provam, segundo ele, que o livro não foi enviado à humanidade por Deus.


ÉPOCA – De um tempo para cá temos visto um crescimento do número de títulos com críticas às religiões. O que está motivando os leitores?

Bart Ehrman – Há uma reação contra a direita conservadora do mundo religioso. Aqui nos Estados Unidos há vários líderes desse tipo que tiveram muita atenção da mídia por muito tempo, e as pessoas que estão do lado esquerdo deste espectro começaram a se incomodar. Muitos desses livros escritos por essas pessoas chamadas de "neoateístas" são uma representação deste movimento.


ÉPOCA – Alguns dos principais representantes do "neoateísmo" são Sam Harris e Richard Dawkins. Em um artigo recente da revista Time, o senhor reconheceu que compartilha leitores com eles. Mas o senhor se considera parte deste movimento?

Ehrman – Não me considero um ateu e não acho que estou fazendo a mesma coisa que esses autores. Eles têm feito coisas boas, mas estão atacando a religião sem conhecer muito. Quando eu escrevo, faço isso como alguém que já esteve profundamente envolvido com a Cristandade, mas que agora a rejeitou. Por isso, a minha perspectiva é completamente diferente.


ÉPOCA – O que fez o senhor passar de um fiel cristão a um “agnóstico feliz”?

Ehrman – Fui criado na Igreja Protestante e fui um cristão muito ativo por vários anos. Mas eu deixei a cristandade não por conta dos meus estudos históricos sobre a Bíblia, mas por não conseguir mais acreditar que poderia haver um deus no comando deste mundo cheio de dor e sofrimento.


ÉPOCA – Qual é o motivo de o livro se chamar Jesus, Interrupted [em tradução livre: Jesus, interrompido]? Quando e como ele foi interrompido?

Ehrman – O título significa que há inúmeras vozes diferentes falando no Novo Testamento. São autores diferentes, que possuem pontos de vista diferentes e que, muitas vezes, são conflitantes. Com tantas vozes assim falando no mesmo livro, muitas vezes é impossível escutar a voz do Jesus histórico, porque ele foi interrompido por outras pessoas.


ÉPOCA – E é possível definir qual é a maior contradição da Bíblia?

Ehrman – São muitas discrepâncias, mas é possível destacar duas. O apóstolo Paulo, por exemplo, acha que a pessoa chega a Deus apenas pela fé, e não pelo que faz. No capítulo 24 de Mateus, no entanto, nós lemos que boas ações levam ao reino dos céus. Essas duas visões são excludentes em um assunto determinante, que é a salvação. Também há visões diferentes sobre quem era Jesus. No evangelho de João, Jesus é Deus, mas nos textos atribuídos a Marcos, Mateus e Lucas não há nada sobre isso. No evangelho de Mateus fica claro que ele acredita que Jesus é um ser humano, e que é o Messias. A Igreja acabou juntando essas duas visões, de que ele é humano e divino, e criou um conceito que não está escrito nem em João e nem em Mateus.


ÉPOCA – O senhor acha que essas discrepâncias fazem da Bíblia uma história falsa?

Ehrman – Eu diria que os diferentes autores da Bíblia tem versões diferentes da história e por isso é errado tentar fazer com que eles digam a mesma coisa. Há muitos erros na Bíblia e, mais importante que isso, há diferentes pontos de vista teológicos e isso precisa ser reconhecido.


ÉPOCA – Desde quando a Bíblia começou a ser questionada? De que maneira isso enfraquece a Cristandade?

Ehrman – As pessoas só começaram a notar essas diferenças na época do Iluminismo, no século XVIII. Antes disso, os estudioso da Bíblia eram teologicamente comprometidos com ela e não imaginavam que poderia haver erros. Essas descobertas são problemáticas especialmente para quem acredita que a Bíblia foi entregue a nós diretamente por Deus. Se isso ocorreu, por que não temos a Bíblia original? Por que temos apenas manuscritos escritos mais tarde e que não são iguais? Essas diferenças mostram que não existe um livro com inspiração divina que foi entregue a nós.


ÉPOCA – E como isso afeta especificamente a Igreja Católica?

Ehrman – Existem estudiosos na Igreja Católica que concordam com quase tudo o que está escrito em Jesus, Interrupted. Mas na tradição católica a fé nunca foi sobre a Bíblia, mas sobre os ensinamentos da Igreja e sobre acreditar que Jesus é o filho de Deus. E isso não muda se a pessoa perceber ou não os erros da Bíblia. É bem diferente do fundamentalismo cristão que é tão poderoso onde eu vivo, no sul dos Estados Unidos. Aqui as pessoas acham que você só poder ser cristão se acreditar totalmente na Bíblia.


ÉPOCA – Alguns críticos do seu trabalho, especialmente o líder evangélico James White, dizem que você quer destruir a fé cristã. O que você acha disso?

Ehrman – Estou tentando destruir o tipo de fé cristã de James White! (risos). Mas na verdade nada que eu faça pode destruir o Cristianismo. O problema é que há um certo tipo de fé cristã que diz que a Bíblia não tem erros e é infalível, e eu não concordo com isso. Eu não sou o único que pensa assim. As opiniões que estão descritas no meu livro são as mesmas da maioria dos estudiosos da Bíblia há muitas e muitas décadas, mas eles não costumam falar disso em público. Meu livro apenas pega o que os estudiosos dizem há muito tempo e torna disponível para os leitores normais.


ÉPOCA – Você recebeu muitas críticas de leitores por conta do livro?

Ehrman – Recebi e-mails de pessoas bravas e sei que na internet há muita gente contrariada. Dizem que quero destruir sua fé, que sou o anti-Cristo. Mas a maior parte dos que escreve ficou grata pelo livro e feliz por eu ter dito essas coisas, já que suspeitavam desses erros, mas não tinham base teológica para questionar a Bíblia.
Eu compartilho esse pensamento com ele de que a Biblia não é inspirada. Quem sabe um dia não direi também que sou um "Agnóstico Feliz".
Pierre Mattos
A Todos Liberdade de Consciência!

terça-feira, 19 de maio de 2009

Educação Subversiva



No bloco que fala sobre Filosofia e Sociedade o livro Filosofando - Introdução a Filosofia diz:


"A escola deve dar condições para que se discuta criticamente a realidade em que se acha mergulhada, para exercer sua função com dignidade, precisa manter a dialética herança – ruptura: ao transmiti o saber acumulado deve-se romper com as formas alienantes, que não estão a favor do homem, mas contra ele."

(Filosofando - Introdução à Filosofia de Maria Lúcia de Arruda Aranha e Maria Helena Pires Martins)


Concordo plenamente que as escolas - públicas especialmente - devem educar seus alunos para a subversão .


Como?


Mostrando a eles o que os tornam quem são. Dom Hélder Câmara já matou a charada quando disse: "Quando construo casas e dou aos pobres me chamam de santo, mas quando os conscientizo do que os torna pobres me chamam de marxista, subversivo". Ou seja, devemos denunciar o Sistema no qual estamos inseridos que é o principal opressor sócio-psíquico-econômico-moral.


Também, é óbvio que as escolas da elite sempre educarão para a passividade, afinal, ela está sendo favorecida com isso, e aí funciona o velho ditado "em time que está ganhando não se mexe".


O principal é ensinar que todos devem ter os mesmos direitos e não ensinar a inverter o Sistema que está ai. Pois deste se isso acontecer será a mesma coisa...



A Todos, Liberdade de Consciência!



Pierre Mattos

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Um Poesia para Relaxar!



Aí de Ti....


Prostituta,
Usurpadora,
Assassina!

Sim, és tu mesma!
Tu que usurpas a mente do outros,
Que sempre, desde que nascestes te prostituis,
E hoje, ainda, mata inocentes!
Mas, aí de ti se tocares naqueles
aqueles poucos que amo
e nos pouquíssimos que me amam.

Aí de ti, Babilônia, que te escondes por trás de Sião!
Mas comigo não! Não conseguiras nada!
E, ainda, lutarei contra ti.


Pierre Mattos

De Consciência Livre!

domingo, 17 de maio de 2009

Ideologia? Eu quero uma prá viver?


Cazuza - Agenor de Miranda Araújo Neto - (04/04/1958 - 07/07/1990) considerado um dos melhores e mais importantes compositores da música brasileira. Uma de suas composições que mais se destacam é Ideologia uma música que em alguns momentos trás ditos de uma ideologia contra a ideologia vigente da época.

Vamos compreender melhor o que é Ideologia.

Há várias interpretações para a palavra ideologia, no sentido mais amplo é o conjunto de ideias, concepções, opiniões, crenças sobre alguns pontos sujeitos a discussão, bem como normas estabelecidas a partir de valores. A ideologia é uma teoria, uma organização sistemática dos conhecimentos destinados a orientar a pratica. Cada um tem uma ideologia que ajudar a decidir: onde estudar, que curso fazer, entre certo e errado, etc.

A ideologia é uma espécie de “cimento” que uni as pessoas de determinado grupo fazendo com que elas defendam interesses comuns e elaborarem projetos de ação.

Marx compreende que a ideologia é a representação ilusória da realidade porque o conjunto de ideias e normas de conduta veiculada leva os indivíduos a pensarem, sentirem e agirem de acordo com os interesses da classe que detém o poder, a ideologia camufla o conflito existente dentro de uma sociedade dividida.

Marx, ainda diz que as ideias decorrem da economia, ou seja, as ideias derivam das condições históricas reais ao serem estabelecidas nas relações de produção por meio da relação de divisão do trabalho, sendo assim toda atividade intelectual e todas as normas passam a ser compreendidas como derivações materiais de produção de existência.

A função da ideologia é ocultar as diferenças de classe, facilitar a continuidade da dominação de uma classe sobre a outra, assegurar a coesão entre indivíduos e a aceitação sem críticas de tarefas mais penosas e pouco recompensadoras, simplesmente como decorrentes da “ordem natural das coisas”.

As características básicas das ideologias são:

  • Abstração - o trabalho brutaliza, em vez de enobrecer.

  • Universalização - as ideias e os valores dos grupos dominantes são estendidos a todos.

  • Lacuna, vazios - o salário paga o trabalho, sendo que o retorno para o proprietário é maior e o empregado não vê esse retorno em seu salário. (o que Marx chama de Mais-Valia).

  • Inversãom - se uma pessoa não é bem sucedida no trabalho a culpa é de sua incapacidade, e não de seu condição saúde físico-mental e etc.

A ideologia naturaliza a realidade, ao esconder o fato de que a existência só é produzida pelo próprio ser humano e só pode ser alterada por ele.

Assim compreendemos o processo de alienação.

A palavra alienar vem do latim alienare, “afastar, distanciar, separar”. Alienus significa, “que pertence a outro, alheio, estranho.” Alienar é tornar alheio, é transferir para outro o que é seu. Quando em uma sociedade existem segmentos dominantes que exploram o trabalho humano – como nos regimes de escravidão, servidão – ou ainda, se para sobreviver, o individuo precisa vender sua força de trabalho em troca de um salário avitante, estamos diante de situações de perda da posse daquilo que ele produz - alienação.

Na música Cazuza diz que ele precisa de uma ideologia para viver, na verdade o que me parece que ele é apenas inverter a pirâmide, mas com isso continuaria o problema da opressão por parte de uma outra ideologia. Ao meu ver a solução para "aquele garoto que ia mudar o mundo" seria o discurso não-ideológico que deve contrapor uma critica que revele/denuncie a contradição interna, que se acha oculta que é causado pela ideologia.

Ideologia, não preciso dela prá viver!

A Todos, Liberdade de Consciência!

Pierre Mattos

sábado, 16 de maio de 2009

Pragmática e Poesia


Quando falo em poesia e penso em pragmática tenho um problema. Então como posso definir uma poesia em pragmática? A poesia/poema é heurística, política ou estética?

O que percebi foi a necessidade de delimitar o termo poesia a sua disciplina teórica poética, porque lembro de poesias com, No Meio do Caminho de Carlos Drummond de Andrade



No meio do caminho tinha uma pedra

tinha uma pedra no meio do caminho

tinha uma pedra

no meio do caminho tinha uma pedra.


Nunca me esquecerei desse acontecimento

na vida de minhas retinas tão fatigadas.

Nunca me esquecerei que no meio do caminho

tinha uma pedra

tinha uma pedra no meio do caminho no meio do caminho

tinha uma pedra


Mas quando leio Navio Negreiro de Castor Alves



[...]


V
Senhor Deus dos desgraçados!

Dizei-me vós, Senhor Deus!

Se é loucura... se é verdade
Tanto horror perante os céus?!

Ó mar, por que não apagas

Co'a esponja de tuas vagas De teu manto este borrão?...

Astros! noites! tempestades!

Rolai das imensidades!

Varrei os mares, tufão!


Quem são estes desgraçados

Que não encontram em vós

Mais que o rir calmo da turba

Que excita a fúria do algoz? Quem são?

Se a estrela se cala,
Se a vaga à pressa resvala

Como um cúmplice fugaz,
Perante a noite confusa...

Dize-o tu, severa Musa,
Musa libérrima, audaz!...


São os filhos do deserto,

Onde a terra esposa a luz.

Onde vive em campo aberto

A tribo dos homens nus...

São os guerreiros ousados

Que com os tigres mosqueados

Combatem na solidão.
Ontem simples,
fortes, bravos.

Hoje míseros escravos,
Sem luz, sem ar, sem razão. . .


São mulheres desgraçadas,
Como Agar o foi também.

Que sedentas, alquebradas,
De longe... bem longe vêm...

Trazendo com tíbios passos,
Filhos e algemas nos braços,

N'alma — lágrimas e fel...
Como Agar sofrendo tanto,

Que nem o leite de pranto

Têm que dar para Ismael.


[...]



Fico boquiaberto por que é fascinante ver um homem que se preocupa com a justiça social que a o regime escravocrata proporcionava. E vendo isso ele denuncia essa injustiça e questiona até mesmo ao divino o porquê disto. Eis ai a poesia como política.

A poesia/poema que tanto mexe com nosso ser, que tem a capacidade de nos comover assume uma característica política quando ele critica sistemas, pessoas, órgãos, regimes e etc.

A poesia/poema não opera somente nestes dois campos pragmáticos, mas também no campo da heurística, porque por meio da poesia/poema podemos aprender sobre o mundo (mais ainda quanto ao individuo que por sua vez faz parte do mundo é um mundo em si), ou seja, heurística.

Hoje a poesia/poema está nestes três níveis pragmáticos – Heurística, Política e Estética. Como iniciante na leitura de Edgar Morin arriscaria a dizer essa é a complexibilidade da poesia.



A todos, Liberdade de Consciência!


Pierre Mattos

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Ainda bem que a ciência não é Dogmática!


A característica principal de um cientista – seja ele qualquer tipo de cientista, e ser quer ser chamado de cientista – para mim é saber/ser consciente de que a ciência é uma especulação/ um jogo de plausibilidade que hoje com determinadas informações concluímos X e que daqui a alguns anos talvez concluiremos Y. A pessoas que não tem consciência disto não pode ser chamado de cientista.

Imagina se a ciência fosse dogmática, formando verdades absolutas.

Agora observe o que diz Jens Otto Harry Jespersen, linguista dinamarquês que especializou-se na gramática da língua inglesa.

“Há uma expressão que continuamente me ocorre quando penso na língua inglesa e a comparo a outras: ela parece se positivamente e expressamente masculina, é uma língua de homem adulto e tem bem pouco de infantil e feminino.
Para evidenciar um desses elementos, seleciono ao acaso, para fins de contrate, uma passagem na língua do Havaí: ‘I kona hiki Ana aku ilaila ua hookipa ia La oia ke aloha pemehuana loa’. Assim ela prossegue, sem uma única palavra terminada em consoante e nunca encontramos duas ou mais consoantes agrupadas. Alguém pode ter dúvidas de que, mesmo que essa língua soe agradável e seja repleta de música e harmonia, a impressão geral é de uma língua infantil e efeminada? Não se espera muito vigor ou energia de um povo que fala uma língua assim; ela parece amoldar-se apenas a habitantes de regiões ensolaradas onde o solo requer pouquíssimo trabalho do homem que o cultiva para produzir tudo o que ele quiser, e portanto onde a vida não traz a marca de uma luta árdua contra a natureza e os semelhantes. Em menor grau, encontramos a mesma estrutura fonética em línguas como italiano e o espanhol; porém muito diferente são nossas línguas setentrionais.”

(JESPERSEN, Otto. 1938. Grouth and structure of English language. Oxford: Brasil Blackwell,p.2-3 trad. Laura T. Mota, retirado de PINK, Steven, 2002. Tábula rasa: a negação contemporânea da natureza humana. São Paulo: Companhia das Letras, p 34-35)

Se a ciência fosse um dogma ainda estaríamos pensando como o Jespersen ou como outros anteriores a ele e acreditando que os povos que tem uma língua mais ‘vogaizadas’ seriam malandros, de vida fácil, sem energia e ainda que a língua desses povos serem infantis e efeminadas. Quantos a língua infantil será que os povos que tem línguas com maior número de encontros consonantais são superiores ao outros?

Lembremos que os índios que habitavam aqui antes da chegada dos portugueses já sabiam o que fazer com os idosos e não havia desigualdade social entre eles e as sociedades com as línguas “maduras” ainda tem esses problemas, formando os seus guetos.

Ainda bem que outros linguistas perceberam e apontaram os erros de Otto Jespersen e assim a ciência e linguística evoluíram.

Vendo isso só digo: Ainda bem que a ciência não é dogmática!

A todos, Liberdade de Consciência!

Pierre Mattos

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Teologia da Libertação e Chave-Hermenêutica


Hoje (13/05) apresentei um trabalho baseado no livro do David Bosch – Missão Transformadora, Uma Mudança de Paradigmas – quando ele diz sobre Missão como Libertação. Desde o inicio ele faz um link com a Teologia da Libertação.


Quando peguei esse tema pensei “agora faço a festa”, assumo para vocês que a Teologia da Libertação é uma das quais mais me encanta, não sei ao certo se foi por causa das aulas de História que tive no 2º Grau, pois meu professor, Carlos Tadeu é Marxista e sempre após as aulas conversávamos muito (até hoje temos altos papos sobre Igreja e Sociedade). Só sei que eu tenho um pezinho no marxismo também.


Estava tudo ótimo, até quando comecei a estudar e preparar meu trabalho. Enquanto estudava, lia e tudo mais, tive um Inside – graças ao um texto que li do Prof. Osvaldo, com o titulo Sexualidade Feminina e Patologia Teologia - que fez com que eu criasse um tópico no meu trabalho, esse tópico foi TEOLOGIA DA LIBERTAÇÃO E EXEGESE – O PROBLEMA DA CHAVE-HERMENÊUTICA.


“Eu não estou convencido de que todo texto profético da Bíblia Hebraica deva ser aberto pela chave hermenêutica do gênero, tanto quanto não estou nem um pouco convencido de que se deva abrir a Bíblia Hebraica a partir da chave do "pobre" - cada texto deve ser aberto por meio de sua própria chave hermenêutica”. (Osvaldo Luís Ribeiro em post 2009/228 – peroratio.com.blogspot)


Na minha cabeça ficou ‘nem todo texto pode ser compreendido através da Teologia de Gênero e será que pode ser compreendido por meio da Teologia da Libertação?’


O que me lembrou o método desenvolvido por B. S. Childs, sobre a Teologia do Cânon. E o problema desse método já foi apontado que é por quais óculos será lido o texto, pelo católico? Pelo batista? Pelo presbiteriano? Ou no lugar da doutrina colocaremos movimentos tipo de Gênero, Libertação, Ecológico, etc...


Confesso que isso não fez com que eu perdesse a minha paixão pela libertação dos Marginalizados – no sentido sócio-politico-psiquico-religioso-economicista – Mas me levou a consciência de que quando eu faço Teologia da Libertação não estou fazendo exegese, porém um eisegese. Mas creio que algumas vezes que eu fizer exegese estarei fazendo Teologia da Libertação, pois, há textos que denuncia a opressão social, como exemplo cito o Salmo 53, da exegese do Prof. Osvaldo - quando diz que aqueles que deveriam cuidar de nós, apenas se deleitam e satisfazem as suas vontades as nossas custas [tratando-se do v.4]. Essa exegese provavelmente poderia ser aplicada ao contexto de Libertação, além de outras que abordam a mesma temática.


A TODOS LIBERDADE DE CONSCIÊNCIA!


E que façamos uma Sistematização de boas exegeses e não uma exegese com pressupostos já sistematizados.

Pierre Mattos