quarta-feira, 13 de julho de 2011

DO SER ONÍRICO QUE SOU




Sonhamos,

sonhamos acordados,

sonhamos porque queremos,

sonhamos porque cremos,

sonhamos...

Ser onírico é relativo a ser humano, sonhar não é apenas estar dormindo e ter uma experiência de imaginação inconsciente.

Sonhar é viajar...

É crer em algo que consciente não era mais possível crer...

É conhecer uma pessoa,

E ver algo além...

Medo? Tenho! Não do sonho, mas de acordar dele. Que algo ou alguém desfaça o belo castelo criado a beira da praia.

Em meus sonhos, há sempre uma pessoa. Não sei se é você... Mas... Queria tanto que fosse! Queria tanto dizer: Sonhe, pois, é possível sonhos virarem realidade.

Já dizia uma mulher muito sabida da vida, Clarice Lispector:

Sonhe com aquilo que você quiser.
Seja o que você quer ser,
porque você possui apenas uma vida
e nela só se tem uma chance
de fazer aquilo que se quer.

A todos liberdade de consciência, liberdade de sonhos!

Pierre Mattos

terça-feira, 12 de abril de 2011

Serenos de um mar...














Hoje escolhi escrever sobre uma música, um alegoria, mas que tem lógica sentimental para mim. Espero que gostem da reflexão sobre algumas palavras da música O Mar Serenou de Clara Nunes.

Diz Clara Nunes que “O mar serenou quando ela pisou na área...” Porém digo eu, quem serenou foi meus olhos aos estar ali. Mas não estava sozinho, minha consciência estava junta, e ainda posso dizer que estava em grupo, pois todos os momentos viam palavras de serviram não de consolo, mas para trazer a realidade e mostrar a existência de um fato.

Também disse Clara que “O pescador não tem medo é segredo se volta ou se fica no fundo do mar”. Queria eu ficar esquecido no fundo do mar onde tudo é mais belo, mas infelizmente não dá. Pois os peixes que cá estão não são mais os belos cardumes de sardinhas, mas eis que chegaram as águas vivas disposta a ferir os que perto estão. Não porque ela queira, mas simplesmente ela faz, pois em si a sua existência não é/ não está sendo pensada. É assim que elas chegam...

“A lua brilhava vaidosa em si orgulhosa e prosa com que deus lhe deu”, não sei se a lua foi embora e se escondeu realmente, ou se o lugar onde estou agora, tentando me esconder das águas vivas não me permite ver a lua. Mas no fundo creio poder ver a lua novamente, pois do lado de cá que as coisas são impossíveis, existem lugares que poderei voltar a ver a luz tocar o mar.

“Um frio danado que vinha do lado gelado que o povo até se intimidou”. Este frio é tão intenso que meu coração está petrificando. E então vou para um lugar onde posso aquecer meu coração e assim viver. Vou dar um passo para adiante, seguindo a luz que trás com ela o calor. Não sei ao certo se o passo deve ser adiante ou atrás, mas o que sei que o frio é aqui. E aqui não estou bem.

“Ficou tão enternecida indagou a si mesmo a estrela afinal será ela ou sou eu” Quão sublime é está frase. Ao ver a morena a estrela que estava escondida, sentiu-se atraída então apareceu, mas ao ver ficou tão enternecida que perdeu sua própria identidade e perguntava a si mesma “a estrela afinal será ela ou sou eu?” e nesta falta de identidade não sabe-se quem realmente era a estrela, mas sabemos que tudo volta ao inicio em que “o mar serenou”...

Então Clarinha, puxa o refrão... “E deixa o mar serenar”...

Aqui fica um pouco do meu sereno, espero que compreendam este momento de estética como termo técnico, mas de triste... Vou junto quando ela diz “E deixa o mar serenar”

Liberdade de consciência! Mesmo que para essa liberdade haja serenos.

Pierre Mattos

terça-feira, 29 de março de 2011

O Pequeno Príncipe e a Raposa - Antoine de Saint-Exupéry

Umas das obras que mais marcou a minha via foi o Pequeno Príncipe, de Antoine de Saint-Exupéry , sempre me disse muito a cada palavra e frase que eu lia. Por isso resolvi postar o Cap. XXI (Dialogo entre o Pequeno Príncipe e a Raposa), que é o um dos capítulos mais lindo.

Boa Leitura!

"E foi então que apareceu a raposa:

- Boa dia, disse a raposa.

- Bom dia, respondeu polidamente o principezinho, que se voltou, mas não viu nada.

- Eu estou aqui, disse a voz, debaixo da macieira…

- Quem és tu? perguntou o principezinho. Tu és bem bonita…

- Sou uma raposa, disse a raposa.

- Vem brincar comigo, propôs o principezinho. Estou tão triste…

- Eu não posso brincar contigo, disse a raposa. Não me cativaram ainda.

- Ah! desculpa, disse o principezinho.

Após uma reflexão, acrescentou:

- Que quer dizer "cativar"?

- Tu não és daqui, disse a raposa. Que procuras?

- Procuro os homens, disse o principezinho. Que quer dizer "cativar"?

- Os homens, disse a raposa, têm fuzis e caçam. É bem incômodo! Criam galinhas também. É a única coisa interessante que fazem. Tu procuras galinhas?

- Não, disse o principezinho. Eu procuro amigos. Que quer dizer "cativar"?

- É uma coisa muito esquecida, disse a raposa. Significa "criar laços…"

- Criar laços?

- Exatamente, disse a raposa. Tu não és para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu não tens também necessidade de mim. Não passo a teus olhos de uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim único no mundo. E eu serei para ti única no mundo…

- Começo a compreender, disse o principezinho. Existe uma flor… eu creio que ela me cativou…

- É possível, disse a raposa. Vê-se tanta coisa na Terra…

- Oh! não foi na Terra, disse o principezinho.

A raposa pareceu intrigada:

- Num outro planeta?

- Sim.

- Há caçadores nesse planeta?

- Não.

- Que bom! E galinhas?

- Também não.

- Nada é perfeito, suspirou a raposa.

Mas a raposa voltou à sua idéia.

- Minha vida é monótona. Eu caço as galinhas e os homens me caçam. Todas as galinhas se parecem e todos os homens se parecem também. E por isso eu me aborreço um pouco. Mas se tu me cativas, minha vida será como que cheia de sol. Conhecerei um barulho de passos que será diferente dos outros. Os outros passos me fazem entrar debaixo da terra. O teu me chamará para fora da toca, como se fosse música. E depois, olha! Vês, lá longe, os campos de trigo? Eu não como pão. O trigo para mim é inútil. Os campos de trigo não me lembram coisa alguma. E isso é triste! Mas tu tens cabelos cor de ouro. Então será maravilhoso quando me tiveres cativado. O trigo, que é dourado, fará lembrar-me de ti. E eu amarei o barulho do vento no trigo…

A raposa calou-se e considerou por muito tempo o príncipe:

- Por favor… cativa-me! disse ela.

- Bem quisera, disse o principezinho, mas eu não tenho muito tempo. Tenho amigos a descobrir e muitas coisas a conhecer.

- A gente só conhece bem as coisas que cativou, disse a raposa. Os homens não têm mais tempo de conhecer alguma coisa. Compram tudo prontinho nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos. Se tu queres um amigo, cativa-me!

- Que é preciso fazer? perguntou o principezinho.

- É preciso ser paciente, respondeu a raposa. Tu te sentarás primeiro um pouco longe de mim, assim, na relva. Eu te olharei com o canto do olho e tu não dirás nada. A linguagem é uma fonte de mal-entendidos. Mas, cada dia, te sentarás mais perto…

No dia seguinte o principezinho voltou.

- Teria sido melhor voltares à mesma hora, disse a raposa. Se tu vens, por exemplo, às quatro da tarde, desde as três eu começarei a ser feliz. Quanto mais a hora for chegando, mais eu me sentirei feliz. Às quatro horas, então, estarei inquieta e agitada: descobrirei o preço da felicidade! Mas se tu vens a qualquer momento, nunca saberei a hora de preparar o coração… É preciso ritos.

- Que é um rito? perguntou o principezinho.

- É uma coisa muito esquecida também, disse a raposa. É o que faz com que um dia seja diferente dos outros dias; uma hora, das outras horas. Os meus caçadores, por exemplo, possuem um rito. Dançam na quinta-feira com as moças da aldeia. A quinta-feira então é o dia maravilhoso! Vou passear até a vinha. Se os caçadores dançassem qualquer dia, os dias seriam todos iguais, e eu não teria férias!

Assim o principezinho cativou a raposa. Mas, quando chegou a hora da partida, a raposa disse:

- Ah! Eu vou chorar.

- A culpa é tua, disse o principezinho, eu não queria te fazer mal; mas tu quiseste que eu te cativasse…

- Quis, disse a raposa.

- Mas tu vais chorar! disse o principezinho.

- Vou, disse a raposa.

- Então, não sais lucrando nada!

- Eu lucro, disse a raposa, por causa da cor do trigo.

Depois ela acrescentou:

- Vai rever as rosas. Tu compreenderás que a tua é a única no mundo. Tu voltarás para me dizer adeus, e eu te farei presente de um segredo.

Foi o principezinho rever as rosas:

- Vós não sois absolutamente iguais à minha rosa, vós não sois nada ainda. Ninguém ainda vos cativou, nem cativastes a ninguém. Sois como era a minha raposa. Era uma raposa igual a cem mil outras. Mas eu fiz dela um amigo. Ela á agora única no mundo.

E as rosas estavam desapontadas.

- Sois belas, mas vazias, disse ele ainda. Não se pode morrer por vós. Minha rosa, sem dúvida um transeunte qualquer pensaria que se parece convosco. Ela sozinha é, porém, mais importante que vós todas, pois foi a ela que eu reguei. Foi a ela que pus sob a redoma. Foi a ela que abriguei com o pára-vento. Foi dela que eu matei as larvas (exceto duas ou três por causa das borboletas). Foi a ela que eu escutei queixar-se ou gabar-se, ou mesmo calar-se algumas vezes. É a minha rosa.

E voltou, então, à raposa:

- Adeus, disse ele…

- Adeus, disse a raposa. Eis o meu segredo. É muito simples: só se vê bem com o coração. O essencial é invisível para os olhos.

- O essencial é invisível para os olhos, repetiu o principezinho, a fim de se lembrar.

- Foi o tempo que perdeste com tua rosa que fez tua rosa tão importante.

- Foi o tempo que eu perdi com a minha rosa… repetiu o principezinho, a fim de se lembrar.

- Os homens esqueceram essa verdade, disse a raposa. Mas tu não a deves esquecer. Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas. Tu és responsável pela rosa…

- Eu sou responsável pela minha rosa… repetiu o principezinho, a fim de se lembrar."


Lembre-se sempre da moral deste texto. Seja livre para cativar o coração da pessoa que você ama. Seja livre!

Liberdade de Consciência!

Pierre Mattos

quinta-feira, 24 de março de 2011

Segredos do Coração















Desde sexta-feira (18/03) estive pensando em uma pergunta que foi-me feita durante o programa fala que te escuto. A pergunta era “Solteiro sim. Opção de quem quer ficar sozinho, questão de quem não sabe amar ou falta de opção?”

Hoje compreendi um coisa que talvez nenhuma destas opções esteja correta. Lendo, pensando e refletindo sobre fatos cheguei a seguinte conclusão: Existem três tipo de coração:

Os que para estar bem é preciso estar sozinho, os que sempre têm alguém e os sempre estão aptos a novas experiências.

Quando digo coração é um símbolo, pois na verdade é a parte mental responsável pelos sentimentos.

ALONE: Corações que o amor próprio e o amor familiar (aqui se estende os amigos também como parte da família) são suficientes, por isso vivem muito bem sozinhos. São pessoas que sempre estão sozinhas e curtem programas familiares e não ligam para relacionamento.

FULL: Pessoas que precisam estar com alguém, gostar de alguém, ser de alguém. Uma característica básica destas pessoas é gostar de outra pessoa antes de terminar com uma. São como quartos de bons hotéis sempre ocupados, e já com uma reserva para quando o hospede sair. Creio que são os mais propícios a traição.

E por fim...

ROTATIVO: Estes são os mais criticados – tadinhos - pois gostam de um a cada dia, semana ou mês, dificilmente durante ano. Mas por saber disto preferem não manter relacionamentos fixos - sérios, prefere conhecer e ter um “rolo” enquanto durar, sendo que este durar é curto, às vezes uma semana ou menos. Sempre estão solteiras, mas nunca sozinhas.

Seja você qual for, seja livre e curta as suas características, pois você é livre para ser o que quiser. Goste, desgoste, não goste! Importante é ser você!

E tenha sempre,

LIBERDADE DE CONSCIÊNCIA!

PIERRE MATTOS

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

PERCEPÇÃO - SER O QUE SE É


A tragédia que os cerca e os levam a momentos tristes, a momentos de dor, de desespero, de ansiar a morte.

A tragédia que leva a vida, que trás a vida, que deixa a vida passar nem perceber.

A tragédia quem vem um segundo ou em “30 minutos” de prazer.

Mentes brilhantes, poesias radiantes. Pessoas que infelizmente partiram daqui, para onde? Diriam uns para o inferno, outros para o céu. Mas eu digo, simplesmente partiram!

Porém, como já disse Antoine de Saint-Exupéry cada pessoa é única e insubstituível e quando vão deixam um pouco de si. E assim foi com Agenor de Miranda Araújo Neto (Cazuza) e Renato Manfredini Júnior (Renato Russo).

O que há de tão trágico como A Via Láctea? Um sentimento de morte, que possui a alma de cada um, e sem falar na presença da decepção consigo e com o mundo.

Quando tudo está perdido
Sempre existe um caminho
Quando tudo está perdido
Sempre existe uma luz
Mas não me diga isso
Hoje a tristeza não é passageira
Hoje fiquei com febre a tarde inteira
E quando chegar a noite
Cada estrela parecerá uma lágrima
Queria ser como os outros
E rir das desgraças da vida
Ou fingir estar sempre bem
Ver a leveza das coisas com humor
Mas não me diga isso
É só hoje e isso passa
Só me deixe aqui quieto
Isso passa
Amanhã é um outro dia não é
Eu nem sei por que me sinto assim
Vem de repente, um anjo triste perto de mim
E essa febre que não passa
E meu sorriso sem graça
Não me dê atenção
Mas obrigado por pensar em mim

(Composição: (Renato Russo)

Também há a decepção com a vida, quando se desiste de guiá-la e deixa-se que ela guie. “Já que não posso te levar, quero que você me leve”, foram as palavras expressadas por Cazuza em Vida Louca Vida.

Vida louca vida
Vida breve
Já que eu não posso te levar
Quero que você me leve
Vida louca vida
Vida imensa
Ninguém vai nos perdoar
Nosso crime não compensa

Se ninguém olha quando você passa você logo acha 'Eu to carente'
'Eu sou manchete popular'
Tô cansado de tanta babaquice, tanta caretice
Desta eterna falta do que falar

Se ninguém olha quando você passa você logo acha que a vida voltou ao normal
Aquela vida sem sentido, volta sem perigo
É a mesma vida sempre igual
Se niguém olha quando você passa você logo diz 'Palhaço'
Você acha que não tá legal
Corre todos os perigos, perde os sentidos
Você passa mal

(Composição: Lobão / Bernardo Vilhena)

Expresse que você é! Seja você. Mostre o pior e o melhor de ti. Somos humanos, somos sentimentais, não tenha vergonha de ser quem você é. Liberte-se, libere-se! Tenha a consciência livre!

Seria a pessoa mais frutada do mundo se chegasse ao final da minha vida e olhasse para trás e percebesse que eu nunca fui eu mesmo, mas o que os outros quiseram que eu fosse, pois assim não seria feliz. Mesmo que seja trágico. Serei eu, pois isso me faz bem.

A Todos, Liberdade de Consciência.

Pierre Mattos