quinta-feira, 4 de junho de 2009

Os Sentimentos de um Homo Complexus



Edgar Morin quando fala do homo Complexus diz:

“se o homo é, ao mesmo tempo sapiens e demens, afetivo, lúdico, imaginário, poético, prosaico, se é um animal histérico, possuído por seus sonhos e, contudo, capaz de objetividade de cálculo, de racionalizadade, é, portanto, homo complexus.[...] A bipolaridade homo sapiens-demens­ exprime aos extremos a bipolaridade existencial das duas vidas que tecem as nossas vidas, uma seria utilitária, prosaica, a outra seria lúdica, estética, poética. A brecha entre o real e o espírito humano [mente].
O ser humano é bipolarizado entre demens e sapiens. Mais ainda, está sapiens em demens e demens em sapiens, em yin yang um contendo o outro.
[...]
... é o paradoxo da riqueza, da prodigalidade, da infelicidade da felicidade do homo sapiens-demens

(O Método 5 - Humanidade da Humanidade p.140-1)

Seres humanos são tão complexos que são racionais e loucos ao mesmo tempo. São racionais e irracionais. Querem amar e não querem amar. Sentem amor e ódio pela mesma pessoa, no mesmo momento.
Por causa de o sapiens conter – no sentido matemático de conjunto - demens e demens conter – também no sentido matemático de conjunto – sapiens, é que não compreendo no homo.
Até compreendo quando ama e não quer amar. Isso porque amar requer entregar, é estar disposto a sofre, Nietzsche já percebeu isso. Logo, a pessoa não quer amar, mesmo assim ama.
Agora, como compreender amar e odiar ao mesmo tempo. Sentir afeto e raiva. Querer estar perto e querer estar longe? Que paradoxo terrível, somente sendo o homo complexus, mesmo! Eis a bipolaridade do espírito/mente!

A Todos os Homo Sapiens-Demens, Liberdade de Consciência!

Pierre Mattos