terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Caminhos Trilhados...











A aquele que caminhou comigo até à hora da decisão,

A aquele que passou por caminhos periféricos e espinhosos quando estava no centro,

A aquele que quando chegou a porta da cidade preparada desde a fundação de nossas existências,

A aquele que só faltou um passo, o de maior importância, o que romperia com tudo.

A aquele de quando se deparou com porta da cidade achou grandiosa demais para escalá-la e decidiu voltar.

Saibas que voltara não como eras, mas com experiências diferentes e saberás que nunca estarias, novamente, no marco zero, até mesmo, porque no caminho de volta viu coisas que eu não vi, pois fiquei e tentei escalar a porta da cidade. Viu os mortos que deixei para trás e os corpos que nem enterrei, viu a dor dos que ficaram vivos sofrendo com a morte dos entes queridos.

Desculpas, mas sou insensível, pois para eles estou morto, pois ao tentar atravessar a porta de tão grandiosa cidade, os que creram fizeram de mim um mito e os que não criam disseram que estava eu morto antes de chegar ao ponto no qual desejava.

Ficamos distantes, mas com momentos funestos em comum, que hoje paramos e discutimos.

Não posso julgar, pois não fiz o caminho de volta, e não podes me julgar, pois não sabes o que tem depois do portão que atravessei.

O que sabemos que dores, choros, alegrias e lagrimas e tudo mais tivemos e por isso paramos e tentamos mostrar ao outro o momento que foi perdido/não visto.

Querido, periferia por periferia, ai estamos.... Você de um lado e eu de outro, contudo, ambos em periferias, o centro não é nosso, passamos e não vimos naquele lugar de calmaria, somos ventos tempestuosos, demasiadamente agitados para ocupar lugares de tamanha ordem.

Te gosto muito...

Texto dedicado ao amigo Alessandro Marques (Guya)

Liberdade de Consciência!

Pierre Mattos