terça-feira, 12 de abril de 2011

Serenos de um mar...














Hoje escolhi escrever sobre uma música, um alegoria, mas que tem lógica sentimental para mim. Espero que gostem da reflexão sobre algumas palavras da música O Mar Serenou de Clara Nunes.

Diz Clara Nunes que “O mar serenou quando ela pisou na área...” Porém digo eu, quem serenou foi meus olhos aos estar ali. Mas não estava sozinho, minha consciência estava junta, e ainda posso dizer que estava em grupo, pois todos os momentos viam palavras de serviram não de consolo, mas para trazer a realidade e mostrar a existência de um fato.

Também disse Clara que “O pescador não tem medo é segredo se volta ou se fica no fundo do mar”. Queria eu ficar esquecido no fundo do mar onde tudo é mais belo, mas infelizmente não dá. Pois os peixes que cá estão não são mais os belos cardumes de sardinhas, mas eis que chegaram as águas vivas disposta a ferir os que perto estão. Não porque ela queira, mas simplesmente ela faz, pois em si a sua existência não é/ não está sendo pensada. É assim que elas chegam...

“A lua brilhava vaidosa em si orgulhosa e prosa com que deus lhe deu”, não sei se a lua foi embora e se escondeu realmente, ou se o lugar onde estou agora, tentando me esconder das águas vivas não me permite ver a lua. Mas no fundo creio poder ver a lua novamente, pois do lado de cá que as coisas são impossíveis, existem lugares que poderei voltar a ver a luz tocar o mar.

“Um frio danado que vinha do lado gelado que o povo até se intimidou”. Este frio é tão intenso que meu coração está petrificando. E então vou para um lugar onde posso aquecer meu coração e assim viver. Vou dar um passo para adiante, seguindo a luz que trás com ela o calor. Não sei ao certo se o passo deve ser adiante ou atrás, mas o que sei que o frio é aqui. E aqui não estou bem.

“Ficou tão enternecida indagou a si mesmo a estrela afinal será ela ou sou eu” Quão sublime é está frase. Ao ver a morena a estrela que estava escondida, sentiu-se atraída então apareceu, mas ao ver ficou tão enternecida que perdeu sua própria identidade e perguntava a si mesma “a estrela afinal será ela ou sou eu?” e nesta falta de identidade não sabe-se quem realmente era a estrela, mas sabemos que tudo volta ao inicio em que “o mar serenou”...

Então Clarinha, puxa o refrão... “E deixa o mar serenar”...

Aqui fica um pouco do meu sereno, espero que compreendam este momento de estética como termo técnico, mas de triste... Vou junto quando ela diz “E deixa o mar serenar”

Liberdade de consciência! Mesmo que para essa liberdade haja serenos.

Pierre Mattos