quarta-feira, 13 de maio de 2009

Teologia da Libertação e Chave-Hermenêutica


Hoje (13/05) apresentei um trabalho baseado no livro do David Bosch – Missão Transformadora, Uma Mudança de Paradigmas – quando ele diz sobre Missão como Libertação. Desde o inicio ele faz um link com a Teologia da Libertação.


Quando peguei esse tema pensei “agora faço a festa”, assumo para vocês que a Teologia da Libertação é uma das quais mais me encanta, não sei ao certo se foi por causa das aulas de História que tive no 2º Grau, pois meu professor, Carlos Tadeu é Marxista e sempre após as aulas conversávamos muito (até hoje temos altos papos sobre Igreja e Sociedade). Só sei que eu tenho um pezinho no marxismo também.


Estava tudo ótimo, até quando comecei a estudar e preparar meu trabalho. Enquanto estudava, lia e tudo mais, tive um Inside – graças ao um texto que li do Prof. Osvaldo, com o titulo Sexualidade Feminina e Patologia Teologia - que fez com que eu criasse um tópico no meu trabalho, esse tópico foi TEOLOGIA DA LIBERTAÇÃO E EXEGESE – O PROBLEMA DA CHAVE-HERMENÊUTICA.


“Eu não estou convencido de que todo texto profético da Bíblia Hebraica deva ser aberto pela chave hermenêutica do gênero, tanto quanto não estou nem um pouco convencido de que se deva abrir a Bíblia Hebraica a partir da chave do "pobre" - cada texto deve ser aberto por meio de sua própria chave hermenêutica”. (Osvaldo Luís Ribeiro em post 2009/228 – peroratio.com.blogspot)


Na minha cabeça ficou ‘nem todo texto pode ser compreendido através da Teologia de Gênero e será que pode ser compreendido por meio da Teologia da Libertação?’


O que me lembrou o método desenvolvido por B. S. Childs, sobre a Teologia do Cânon. E o problema desse método já foi apontado que é por quais óculos será lido o texto, pelo católico? Pelo batista? Pelo presbiteriano? Ou no lugar da doutrina colocaremos movimentos tipo de Gênero, Libertação, Ecológico, etc...


Confesso que isso não fez com que eu perdesse a minha paixão pela libertação dos Marginalizados – no sentido sócio-politico-psiquico-religioso-economicista – Mas me levou a consciência de que quando eu faço Teologia da Libertação não estou fazendo exegese, porém um eisegese. Mas creio que algumas vezes que eu fizer exegese estarei fazendo Teologia da Libertação, pois, há textos que denuncia a opressão social, como exemplo cito o Salmo 53, da exegese do Prof. Osvaldo - quando diz que aqueles que deveriam cuidar de nós, apenas se deleitam e satisfazem as suas vontades as nossas custas [tratando-se do v.4]. Essa exegese provavelmente poderia ser aplicada ao contexto de Libertação, além de outras que abordam a mesma temática.


A TODOS LIBERDADE DE CONSCIÊNCIA!


E que façamos uma Sistematização de boas exegeses e não uma exegese com pressupostos já sistematizados.

Pierre Mattos

6 comentários:

Viviana Carolina Mendez Rocha disse...

Uma pergunta, eu naum gosto de estar associada a uma determinada corrente teològica, porém, me interesso pela defesa dos pobres e oprimidos... se eu fazer minha monografia, como vou fazer, sobre a justiça social no profeta Miqueias, vou fazer uma eixegese ou uma exegese? ou o que? esse tema me atrai muito, e acho q a Biblia fala mesmo disso, se bem que naum fala exclusivamente disso, como os teologos da libertaçao leem. O problema é esse, cada um le o texto desde seu ponto de vista...

Pierre Mattos disse...

Viviana,

Obrigado por ler e comentar!

Primeiro para responder a sua pergunta temo que definir o que é exegese e o qu é eisexege.

Na exegese você vai para o texto sem pressuposto algum e nele você encontra as informações para interpreta-lo.

Quanto a eisegexe você vai paro o texto com um opinião, ou seja, independente que isso esteja lá, você fará com que esteja.

No caso da sua monografia pelas conversas e ideias que trocamos você tem uma base exegese confiável para dar inicio a ela. E como a monografia é bibliografica, logo, você tem que ter um ponto de partida.aí vc sabe que Mikah tem como tema a Justiça Social. Então o seu texto se enquadra no mesmo do Sl 53. Será uma exegese o que está diferente é que você já sabe qual o final dela, basta vc achar os argumentos no livro.

Não sei fui claro, mas podemos ver isso com o prof..

Att

E Liberdade de Consciência!

Viviana Carolina Mendez Rocha disse...

Obrigada Pierre!! Bom, com a ajuda dos livros entao tenho uma base boa! Obrigada pela aclaraçao... e bom texto viu!

Balnires Júnior disse...

Pesinho no marxismo foi muito bom (hehehehe).
Parabéns pela produção do texto. Não sou muito fã da Teologia da Libertação, mas confesso que ela traz em seu bojo uma mensagem digamos interessante.

Forte abraço.

Pierre Mattos disse...

Isso mesmo Viviana, siga uma boa bibliografia.

Abração

Pierre Mattos disse...

Amigo Balnires,

Obrigado por ler e comentar o texto.

A Teologia da Libertação é uma teologia muito útil para os tempos ordienos, por isso gosto dela. E dependendo da comunidade de fé em que você estiver inserido vale a pena ver os seus recursos e utiliza-la para o bem da sua comunidade.


Abração